Câncer no idoso

O idoso com câncer possui algumas particularidades que cada vez mais são reconhecidas. Hoje, há capacitação de médicos na área de oncogeriatria, com diversos cursos e preceptorias, algumas das quais tive o privilégio de participar.

Deve-se avaliar a capacidade funcional do idoso, a expectativa de vida sem contar o câncer, os desejos da pessoa e, é claro, da família. Há ferramentas disponíveis para auxiliar na estima de todos esses aspectos.

Um quadro muito comum é a família querer poupar seu ente querido de informações do diagnóstico e prognóstico. São sempre situações delicadas que devem ser conversadas, principalmente quanto à possibilidade de alguém em uma clínica, exame ou hospital, de modo desprevenido falar a informação pro idoso e isso ocorrer de maneira menos cautelosa. A verdade dita de modo delicado e gentil acaba sendo a melhor estratégia sugerida na maioria dos casos para aliviar o fardo do segredo para os familiares, mas cada família sabe sua dinâmica e conhece seu familiar, devendo-se respeitar antes de tudo os desejos de cada um.

Quanto o tratamento, há esquemas eficazes com toxicidade menor para idoso já testados em muitos estudos para vários tipos de tumor. Manter a qualidade de vida é tão importante quanto fazer o paciente viver mais.

Câncer em jovens

O tratamento oncológico em pacientes jovens (a definição por idade é falha e não cabe ser feita) tem alguns pontos a serem abordados:

  • Desejo de ter filhos, pois a quimioterapia pode diminuir a fertilidade, levar à parada da menstruação e diminuir a capacidade de ter filhos. Deve-se conversar sobre métodos de preservação da fertilidade;
  • Vacinação antes do tratamento;
  • Tratamentos dentários, que idealmente devem ser feitos antes de se iniciar o tratamento;
  • Fonte de renda e capacidade de trabalho, pois o paciente com câncer possui direitos e pode dar entrada com algumas solicitações de renda como auxílio-doença, resgate do FGTS, dentre outros;
  • Libido e sexualidade: o tratamento pode alterar a vontade de ter relações e, algumas vezes, capacidade de ereção em homens e lubrificação vaginal nas mulheres. É importante abordar essa parte importante na vida dos pacientes, muitas vezes negligenciada em consultas, pois há intervenções para melhorá-las;
  • Disposição: de maneira geral, pessoas muito ativas antes do tratamento acabam sentindo mais a perda da disposição pelo tratamento. Exercícios físicos podem ajudar bastante e há algumas medicações que podem ser benéficas.