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Câncer de ovário e endométrio

O câncer de ovário é um tumor que acomete mulheres de todas as idades, porém os subtipos que geralmente acometem cada idade são diferentes. Geralmente, os sintomas estão presentes quando já há um tamanho considerável do tumor, podendo ser uma massa palpável da região pélvica ou dor nessa região (o lado direito ou esquerdo mais baixo).
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As mulheres mais jovens geralmente apresentam tumores germinativos, um pouco mais agressivos e geralmente necessitando de quimioterapia, ou tumores do cordão sexual, que são menos agressivos e muitas vezes não precisando de quimioterapia. Para isso, avaliamos o subtipo, grau e tamanho do tumor com estadiamento (I a IV), além do tumor seroso de baixo grau, que é também indolente e pouco agressivo. 

Já mulheres acima de 50 anos, usualmente, apresentam um subtipo mais agressivo e mais comum chamado carcinoma seroso de alto grau. Esse tumor geralmente é diagnosticado em estágios mais avançados (III e IV) e possui importante resposta ao tratamento com quimioterapia. Hoje, além do diagnóstico do tumor, também solicitamos a pesquisa de uma mutação hereditária, vista no sangue ou no próprio tumor, chamada BRCA, que está presente em cerca de 20% das pacientes. 

Saber se a paciente tem ou não a mutação possui implicações não só para o aconselhamento genético dos familiares como também pode proporcionar outros tratamentos adicionais para as pacientes. Hoje, temos uma classe de medicamentos que se chama inibidores de PARP que acrescentam benefício pras pacientes em termos de sobrevida, já havendo algumas delas disponíveis no Brasil.

>O câncer de endométrio é um tumor que frequentemente acomete pacientes acima dos 50–60 anos e se apresenta como sangramento vaginal, dor em baixo ventre ou saída de secreção genital. A maioria dos casos são diagnosticados em estágios precoces (I e II) e a cirurgia é o primeiro tratamento na imensa maioria. 

Para avaliar se será necessário algum tratamento adicional, o oncologista avalia os parâmetros da patologia, como profundidade do tumor, grau e presença de linfonodos. Em 2023, houve importante mudança na prática clínica de tumores avançados, com a incorporação da imunoterapia ao tratamento de primeira linha. Para tumores localizados, no momento, ainda não temos dados. 

A quimioterapia para tumores de ovário e endométrio tem em duas drogas seu carro-chefe: carboplatina e paclitaxel. O paclitaxel deve sempre levantar a pesquisa de sinais de neuropatia periférica, como dormência ou perda de força nas mãos e nos pés. Caso a paciente sinta, é importante relatar ao seu médico para o manejo adequado. 

Quanto à genética, é importante a pesquisa de um dado chamado instabilidade microssatélite, feito na própria peça cirúrgica. Quando está presente, uma parte das pacientes apresenta síndrome genética chamada síndrome de Lynch, também ligada a outros tumores como intestino e o aconselhamento familiar deve ser feito. 

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dr. Daniel Musse

Oncologia Clínica • CRM 52.99473-1 - RQE 43319

Oncologista clínico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e com formação em oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer.

Pesquisador do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa e preceptor da residência médica de Oncologia Clínica.