Inteligência artificial
Hoje, a inteligência artificial ganha cada vez mais espaço na oncologia. Mas, ao contrário do que muitos pensam, não com um papel de substituir o médico e sim de aumentar o nosso potencial e ajudar a não perdermos nenhum tipo de informação.
Há uma frase que diz que “a tecnologia não vai substituir os médicos. Mas os médicos que dominam a tecnologia vão substituir os que não dominam”. Gosto também de ressaltar que nossa interpretação dos exames e relação com o paciente nunca poderão ser substituídas.
Hoje, há ferramentas avançadas de busca por conhecimento, busca por estudos e informações via inteligência artificial.
Há, também, algoritmos para ajudar a não passar despercebido um diagnóstico de câncer em exames de imagem e biópsias. Por exemplo, em mamografias com nódulos pequenos, há mecanismo de apurar se esses nódulos são suspeitos. Ou ainda, em ressonâncias para ver se há achados sugestivos de tumor. Vamos esperar nos próximos anos essas tecnologias chegando ao uso aqui em nosso país.
Terapia guiada por genômica
Hoje, em oncologia, se usa o termo oncologia de “precisão”. Antigamente, se tratava todos os tumores da mesma maneira. Hoje se sabe que cada tumor pode conter uma mutação específica, através de testes feitos no próprio DNA ou RNA tumoral. Esses testes muitas vezes são de custo elevado, mas estão disponíveis na prática clínica para solicitação. Ao se detectar determinadas mutações, há algumas drogas-alvo especificas para aquele tipo de alteração, que pode ajudar a prolongar a sobrevida em alguns tipos de tumor.
Há ainda o apoio de programas da indústria farmacêutica para testar alguns tipos de tumor, por exemplo câncer de pulmão metastático, câncer de cólon metastático, câncer de bexiga, câncer de ovário, câncer de próstata e melanoma.
Vale comentar que isso só vale para alguns tipos de tumor e há informação para algumas mutações somente, não devendo esse conhecimento ser generalizado.
Novos medicamentos
Nos próximos anos, veremos uma boa avalanche de novos medicamentos chegando em oncologia.
De maneira geral, o que veremos são anticorpo-droga conjugados (ADCs) e drogas-alvo
ADCs são anticorpos ligados ao quimioterápico que se ligam na superfície celular como uma chave a uma fechadura. E a essa chave estão ligadas substâncias tóxicas às células tumorais. Após “abrir a porta das células tumorais” se ligando a elas, são liberados quimioterápicos para dentro dessas células levando a destruição das mesmas. Nos próximos anos, veremos essas drogas chegando fortemente para tumores como câncer de mama, bexiga, cólon e tumores ginecológicos, por exemplo.
Já drogas-alvo vem surgindo se ligando a proteínas específicas das células tumorais de cada caso. Há várias disponíveis no mercado brasileiro e vemos que as das próximas gerações virão ainda com mais eficácia.
Os CAR-T cells possuem mecanismo de ação distintos e estão sendo testados em tumores sólidos, mas hoje só se pode afirmar sua eficácia para tumores hematológicos (linfomas e leucemias), que não são meu foco de estudo, portanto prefiro não me aventurar em falar alguma informação da qual não tenha certeza.